21 maio 2013

Outra Estação



Alguns invernos são bem mais frios que outros.
Talvez as quatro estações possam não ser apenas quatro.
E eu...
Sempre tão questionadora percebo que amadurecer, pressupõe otimismo.
Continuo essencialmente seletiva e percebo que nem tudo que precisa mudar merece minha energia.
Aprendi a selecionar quais as batalhas realmente importam.
Surpresa feliz descobrir que minha adolescência repleta de indignação não se transformou em amargura.
Sigo questionando? Sempre!
Argumento com firmeza, sempre que necessário.
Se discordo veementemente, recorro ao silencio até que a veemência vá embora.
Algumas pessoas parecem ter suas convicções empilhadas.
Basta um ventinho leve pra desmoronar tudo e pilha se desfazer.
Gente assim costuma não abrir a janela.
Hesitam, impedindo o sol de entrar, por temerem a possibilidade do vento.
Eu gosto de vento. 
Ele só derruba o que não foi bem sedimentado.
Já me reconstruí muitas vezes.
Respeito o dinamismo da vida e quero que esse movimento me atinja sempre.
De uns tempos pra cá, coloquei tudo na vitrine: meus desacertos, medos, meus desajustes.
E... uma vez na vitrine, vendo tudo ali humanamente exposto, pessoas novas se aproximaram.
Ser de verdade deu permissão para que outras pessoas  revelassem seu Lado B.
Novas amizades, novos sorrisos, novas historias.
Uma dorzinha ou outra, fica sempre.(Cuido pra que ela ocupe o menor espaço possível na minha vida).
Meu joelho não será mais o mesmo, nem minha relação com o Flamenco.
Pode ser tudo muito melhor, inclusive!
Talvez a psicologia volte a ser parte da minha vida, porque o joelho dançou.
Talvez amanhã descubram que as quatro estações são mais de oito.
Esse dinamismo que provoca, que faz sorrir e doer chama vida.
Dela eu não quero ser poupada.
Como diz Adélia Prado de maneira escandalosamente linda e real: