Uma das minhas metas na psicoterapia é curar
minha Síndrome de Amelie Poulain.
Encantei-me com o filme e com aquela moça linda,
altruísta e bem humorada.
Seu empenho em buscar soluções mágicas e imediatas para vidas alheias me conquistou.
Seu empenho em buscar soluções mágicas e imediatas para vidas alheias me conquistou.
Foi depois de muito tempo, em uma discussão
acadêmica que abordava empatia, que me apresentaram outra face da moça bondosa
do filme.
Amelie era a típica bem
intencionada com passe livre pro inferno.
Desconhecia a premissa básica para toda e
qualquer relação de cooperação: Empatia!
A tal arte de se colocar no lugar do outro.
Procurando ver, conhecer e compreender, sem
julgar..
Só depois, a partir da necessidade e ou do
desejo do outro, auxiliar.
Amélie Poulain nunca soube disso
Tenho muito dessa moça do filme.
Quem convive comigo sabe o quão desastrosa é
essa mania.
Eu sou quase um manual pratico de soluções para
os problemas alheios.
Subjacente a essa “ajudação” está alguém que
se isenta de buscar soluções para os próprios problemas. Provavelmente por não se dar conta
de quais são os conflitos que merecem solução.
Por não sobrar tempo, energia.
Talvez por faltar humildade ou sobrar medo.
O fato é que AmeLU Poulain está com seus dias contados.
A psicoterapia me coloca necessariamente no
lugar de quem procura ajuda.
Estou eu, humana e corajosamente assumindo
minha fragilidade na certeza de que a moça altruísta sairá de cena.
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