28 abril 2013

Síndrome de Amelie Poulain.




 
Uma das minhas metas na psicoterapia é curar minha Síndrome de Amelie Poulain. 
Encantei-me com o filme e com aquela moça linda, altruísta e bem  humorada.
Seu empenho em buscar soluções mágicas e imediatas para vidas alheias me conquistou.
Foi depois de muito tempo, em uma discussão acadêmica que abordava empatia, que me apresentaram outra face da moça bondosa do filme. Amelie era a típica bem intencionada com passe livre pro inferno.
Desconhecia a premissa básica para toda e qualquer relação de cooperação: Empatia!
A tal arte de se colocar no lugar do outro.
Procurando ver, conhecer e compreender, sem julgar..
Só depois, a partir da necessidade e ou do desejo do outro, auxiliar.
Amélie Poulain nunca soube  disso
Tenho muito dessa moça do filme.
Quem convive comigo sabe o quão desastrosa é essa mania.
Eu sou quase um manual pratico de soluções para os problemas alheios.
Subjacente a essa “ajudação” está alguém que se isenta de buscar soluções para os próprios problemas. Provavelmente por não se dar conta de quais são os conflitos que merecem solução.
Por não sobrar tempo, energia.
Talvez por faltar humildade ou sobrar medo.
O fato é que AmeLU  Poulain  está com seus dias contados.
A psicoterapia me coloca necessariamente no lugar de quem procura ajuda.
Estou eu, humana e corajosamente assumindo minha fragilidade na certeza de que a moça altruísta sairá de cena.
A Síndrome de Amélie Poulain  vai desaparecer na medida em que eu me fortalecer  a ponto de ser mais generosa comigo mesmo!  

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